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sábado, 24 de agosto de 2013


Quatro médicos estrangeiros que vão atuar no programa Mais Médicos desembarcaram nesta sexta-feira (23) em Brasília. Um brasileiro formado na Espanha e que atuava em Portugal também veio com o grupo.

O Mais Médicos foi lançado para suprir a demanda de médicos em municípios do interior do país e na periferia das grandes cidades. Os profissionais receberão bolsa no valor de R$ 10 mil e poderão atuar no programa, em locais escolhidos de acordo com a designação feita pelo governo, por até três anos.

Um dos quatro médicos estrangeiros que desembarcou em Brasília é a médica da Saúde da Família, Sonia Gonzalez, 38. Ela atuou em Portugal por dez anos e disse querer ter uma “nova experiência” após dez anos de estabilidade”.

“Estou ao mesmo tempo emocionada, com algum medo do desconhecido, mas com muita vontade de trabalhar, ter uma nova experiência. Vou para um distrito indígena da Amazônia. Sempre tive um fascínio de conhecer os povos, trabalhar lá”, disse.

“Na verdade, quero aprender, ter uma nova experiência de um lugar muito diferente do meu”, completou.

Gonzalez, que veio ao Brasil com o filho de 4 anos, afirmou que não tem receio de doenças tropicais, nem contaminação. Ela vai atuar no Alto Rio Negro, noroeste da Amazônia, fronteira com Colômbia e Venezuela, região onde há cerca de 20 povos indígenas.

"Já tive uma experiência no trópico por um ano, na África, tenho já uma experiência e doenças não me assustam. Estou com meu filho, mas tem prevenção, não tem problema", disse.

O brasileiro Thiago Carvalho, 33, que voltou ao Brasil após dez anos na Europa, com a mulher e dois filhos, disse que vai poder “unir o útil ao agradável” ao poder atuar como médico em Rio Branco (Acre).

“Com essa oportunidade do programa Mais Médicos eu volto a minha casa, e com o propósito de trabalhar na minha região que é Rio Branco, Acre. Vou unir o útil ao agradável, vou para a minha família e vou exercer minha profissão que é lá no estado do Acre”, disse.

Carvalho também afirmou que não veio ao Brasil por “questões monetárias”, mas para atender área carente. “Eu me inscrevi porque é um propósito que acho que nunca aconteceu nesse país, pra visualizar a parte mais carente, isso que me motivou, porque se fosse por motivos monetários eu tinha minha vida lá em Portugal. Eu decidi exercer a minha profissão aqui”, afirmou.

O médico afirmou que acompanhava as repercussões sobre o programa Mais Médicos e disse que o “médico pode ser alemão, japonês, mas é médico e exerce a medicina. Então, eu acho que vou doar alguma coisa pra minha população”, disse. Carvalho afirmou que pretende fazer o Revalida.




Mais Médicos
Os médicos fazem parte do grupo de 244 médicos formados no exterior que tiveram a inscrição concluída no programa. Na segunda-feira (26), eles começar a participar de um curso de três semanas de língua portuguesa e atenção à saúde primária no Brasil na Universidade de Brasília.
No último dia 14, o Ministério da Saúdeinformou que 1.618 profissionais foram selecionados no primeiro mês de inscrições do programa Mais Médicos. O número representa 10,5% dos 15.460 médicos requisitados por 3.511 cidades.

De acordo com o balanço final, 1.096 médicos selecionados se formaram no Brasil e 522 no exterior — 358 são estrangeiros e 164 brasileiros com atuação em 32 países do mundo. Argentina (141), Espanha (100), Cuba (74), Portugal (45) e Venezuela (42) são os países com maior adesão ao programa.

Apesar dos 358 estrangeiros selecionados, somente 244 estão confirmados até o momento para a primeira etapa do Mais Médicos. Os outros 144 ainda não concluíram o processo de homologação, mas 48 já estão finalizando a regularização de documentos e podem participar da primeira etapa.

Os médicos estrangeiros e brasileiros formados no exterior se concentrarão inicialmente em oito capitais: Porto Alegre, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife e Fortaleza.

Nessas cidades, participarão de aulas de português e de avaliação sobre a saúde pública brasileira entre os dias 26 de agosto e 13 de setembro. Depois de avaliados, os médicos receberão um registro profissional provisório, restrito à atenção básica e às regiões onde serão alocados pelo programa.

Os selecionados na primeira etapa atuarão em 579 municípios — 67,3% dos médicos atuarão em áreas de extrema pobreza e distritos de saúde indígena. Os outros 32,7% atuarão em periferias de capitais e regiões metropolitanas.

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