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sábado, 9 de fevereiro de 2013


Depois de 06 anos o comando da Policia Militar do Estado do Pará expulsou dois militares de corporação que foram acusados de torturar o agricultor Francisco de Assis Cativo Guedes ocorrido no dia 17 de Fevereiro de 2007, no distrito de Miritituba município de Itaituba no oeste do estado.

Repórter Junior Ribeiro com Francisco de Assis.

A nossa equipe de reportagem procurou o agricultor para saber com ele esta vivendo apos 06 anos depois de ter sido torturado por dois militares. Devido as agressões Francisco de Assis teve sua vida transformada, ele teve problemas seríssimos de saúde, ele passou pelo hospital de Itaituba, Santarém, Belém e ate São Paulo, ele conseguiu se recuperar de alguns problemas, mas outros não, como de sua visão, devido as fortes batidas na cabeça Francisco esta quase cego só um vulto em sua frente. Durante esses 06 o agricultor fez 11 cirurgias sendo 09 na barriga e 02 nos olhos.
Francisco mal consegue enxergar.
Hoje Francisco Vive em uma humilde residência de sua família, quando não esta acamado ele fica deitado em sua rede, segundo ele tem visões com o que aconteceu, acorda de noite e não consegui dormi mais. Sobre a expulsão dos militares a família disse que a justiça da terra mesmo tarde já foi feita e ainda terá a justiça divina.
Francisco chora quando se lembra do ocorrido.



TORTURAS a FRANCISCO DE ASSIS:
Francisco em tratamento na época
Os militares Teodoro Florêncio e Ronilson Silva se aproximaram questionando de quem era a pequena arma branca. Francisco respondeu que o objeto era seu e que, por trabalhar na roça e precisar se deslocar à noite pelas estradas portava o facão para garantir sua própria segurança na floresta. Os PMs levaram Francisco Guedes até o destacamento policial para fazer procedimento legal de rotina. O irmão Maxwel e o amigo do agricultor Ramundo ainda tentaram argumentar que não havia necessidade de conduzir 'Mantico', mas os militares insistiram, fazendo movimentos provocativos com o facão, como se fossem esfaqueá-lo, alegando que nada de mal ia acontecer com ele.

No destacamento policial, 'Mantico', foi jogado dentro de uma cela e submetido a um banho de urina. A humilhação prosseguiu com o início de uma sessão de tortura por várias horas. Os militares partiram para as agressões físicas, com chutes, socos, pontapés e cotoveladas. A vítima ainda ouviu quando um policial falou: 'Não vamos estragar nem uma bala com esse bandido, ele merece é apanhar até a morte, pois prefiro que a tua mãe chore por ti do que a minha por mim'. Em um determinado momento, o agricultor pediu 'pelo amor de Deus' que parassem de espancá-lo, pois já não estava mais aguentando tanta dor. Com o pedido negado, passou a gritar, sendo ouvido por moradores dos arredores.
'Mantico' relembra ainda que amanheceu no destacamento, depois de uma noite não dormida. Ele chorava e gritava pedindo socorro, mas ninguém teve coragem de se aproximar para perguntar o que estava acontecendo. Os policiais perceberam que haviam 'extrapolado' e o arrastaram até uma farmácia, fazendo com que a própria vítima pagasse por uma injeção de Buscopan. Francisco Guedes foi recambiado para a cela do destacamento e disse que a medicação não conteve suas dores, e logo apresentou uma crise de vômito misturado com sangue, sendo neste momento liberado pelo cabo Rildo.
Ao chegar à casa de sua família em estado degradante, sujo de fezes e urinas, vomitando e quase desmaiado, seus pais o conduziram até ao Pronto Socorro. O médico Manoel Diniz percebendo a gravidade dos fatos encaminhou o agricultor para uma sessão de exames, sendo constado o comprometimento de vários órgãos como baço, parte do intestino grosso, fígado e rins.
A mãe de Francisco falando sobre o ocorrido.



Veja a Portaria do Comandante Geral da Policia Militar:


PORTARIA Nº 0051/2013 – DP/2:


O Comandante Geral da Polícia Militar do Pará, no exercício da atribuição prevista no artigo 8º, Inciso VIII, da Lei Complementar Estadual nº 053/2006; Considerando o Memorando nº 009/2013-CONJUR/DP, de 07 de janeiro de 2013, e o Memorando nº 271/2012 – Cor.GERAL, de 20 de novembro de 2012; Considerando a sentença do Exmº. Sr. Antônio José dos Santos, Juiz de Direito substituto de Itaituba, que determinou de perda da função pública de policial militar do SD PM RG 33809 DEUZIMAR TEODORO FLORÊNCIO e SD PM RG 33799 RONILSON SOUSA SILVA (Processo nº 0000580-82.2007.814.0024),
RESOLVE:
Art. 1º LICENCIAR A BEM DA DISCIPLINA da Polícia Militar do Pará e, consequentemente EXCLUIR da folha de pagamento, o SD PM RG 33809 DEUZIMAR TEODORO FLORÊNCIO, integrante do 3º BPM/CPR 1, matrícula funcional nº 54195376/1, filho de Luís Alves Florêncio e Neuza Teodoro da Silva Florêncio, residente na Travessa Ismael Araújo, s/nº, Bairro Prainha, município de Santarém, Estado do Pará;


Art. 2º LICENCIAR A BEM DA DISCIPLINA da Polícia Militar do Pará e, consequentemente EXCLUIR da folha de pagamento, o SD PM RG 33799 RONILSON SOUSA SILVA, integrante da 7ª CIPM/CPR X, matricula funcional nº 54194274/1, filho de Onildo de Sousa Silva e Rosete de Sousa, residente na Avenida Borges Leal, nº 918, Bairro Prainha, município de Santarém, Estado do Pará;


Art. 3º Determinar ao Comandante, Chefe ou Diretor imediato que recolha as identidades dos policiais militares, desta portaria e as encaminhe a Diretoria de Pessoal da PMPA; Art. 4º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação e revoga as disposições em contrário.
Registre-se, publique-se e cumpra-se.


Quartel em Belém-PA, 29 de janeiro de 2013.
DANIEL BORGES MENDES – CEL QOPM RG 11902
COMANDANTE GERAL DA PMPA.




Fonte: Junior Ribeiro- ( http://blogdojuniorribeiro.blogspot.com.br)

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